Conheça os melhores locais a não perder num roteiro de 3 dias “Heranças Antigas Doces Paixões”, entre Coimbra, Miranda do Corvo e Penela.

Fomos fazer o roteiro “Heranças Antigas e Doces Paixões”, desenhado pela CIM – Região de Coimbra, envolvendo os concelhos de Coimbra, Penela e Miranda do Corvo. Gostámos imenso desta experiência, que partilhamos.

Antes de mais nada, ao fazer este roteiro sentimos inegavelmente a preocupação de cuidar e preservar o legado – ou como o nome do roteiro indica – as “heranças antigas”, ora culturais, ora históricas, destas pessoas que visitámos, bem como o orgulho nas suas raízes. E sim, abusámos da gastronomia local, tendo como ponto alto as “doces paixões” da doçaria conventual, regional desta zona do País. Leiam o artigo e digam-nos o que acharam!

Roteiro de um dia para Visitar Coimbra

Coimbra é uma cidade antiga cheia de cultura, história, património, parques, jardins e sobretudo cosmopolita devido à presença dos estudantes universitários. Por isso, agrada a todo o tipo de visitantes, quer aqueles que procuram museus e monumentos, quer aqueles que preferem espaços de lazer. 

Centro histórico de Coimbra
Centro histórico de Coimbra

A atribuição à “Universidade de Coimbra – Alta e Sofia”  do selo de Património da Humanidade da UNESCO é igualmente um fator de atractividade turística e cultural. Não esquecendo, também, o património imaterial que representam quer as tradições académicas e as repúblicas, quer o fado de Coimbra.

Igualmente interessante é vivenciar a cidade através da sua gastronomia, nomeadamente os petiscos das suas tascas tradicionais, os pratos típicos dos seus restaurantes e a sua maravilhosa doçaria regional (como Pasteis de Santa Clara, Arrufadas e muitos outros) …

Doçaria Regional de Coimbra
Doçaria Regional de Coimbra

Assim, apresentamos de seguida o nosso roteiro de um dia para conhecer esta cidade inesquecível, explorando inúmeras ruelas, escadinhas, arcos e becos, com o Rio Mondego ali tão perto.

MAPA DO ROTEIRO EM COIMBRA

Os números (#) no Mapa e no Texto identificam os locais a visitar:

A) Espreitar o exterior do Convento de São Francisco

Durante a manhã aproveitamos para dar um passeio ao outro lado da margem do rio, com o intuito de espreitar o exterior do Convento de São Francisco (1). Este Centro Cultural e de Congressos foi fruto de uma requalificação recente, tendo sido naturalmente alvo de uma reconversão para novos usos. A construção do edifício remonta ao séc. XVII. 

Convento de São Francisco em Coimbra
Convento de São Francisco

Aqui fica uma dica, para nós, o miradouro junto do convento tem uma das melhores vistas para a parte antiga de Coimbra. 

B) Divertir as crianças no Portugal dos Pequenitos

Neste local há também o Portugal dos Pequenitos (2) onde as crianças podem divertir-se por algumas horas. Este espaço, que é o mais antigo parque temático do país, para além de ser lúdico é também didático. Dessa forma, apresenta reproduções à escala reduzida das casas típicas das regiões de Portugal e de países de expressão portuguesa, dos monumentos portugueses mais notórios e da Cidade de Coimbra, por forma a conhecer a história.

Nós desta vez não fomos, mas deixamos aqui a sugestão.

Portugal dos Pequenitos em Coimbra
Portugal dos Pequenitos

C) VISITAR o Mosteiro de Santa Clara-a-Velha

Depois, dirigimo-nos para o Mosteiro de Santa Clara-a-Velha (3), Monumento Nacional, onde se pode visitar o Centro Interpretativo com numerosos achados arqueológicos, oriundos das escavações efectuadas no local, bem como meios audiovisuais com a sua história e requalificação. 

Mosteiro de Santa Clara-a-Velha em Coimbra
Mosteiro de Santa Clara-a-Velha

Este mosteiro foi fundado no séc. XIII e reedificado a partir do séc. XIV. Devido à sua localização muito perto do rio, estava sujeito a constantes inundações, pelo que no séc. XVII, o rei D. João IV mandou construir o novo mosteiro que ficou conhecido como de Santa Clara-a-Nova, relativamente perto, mas num local mais alto. 

D) Passear no Parque Dr. Manuel Braga

Após atravessarmos a Ponte de Santa Clara, à direita encontrámos o Parque Dr. Manuel Braga (4). Este espaço de lazer é um dos mais emblemáticos da cidade e igualmente um bom local para contemplar o Rio Mondego, debaixo da sombra de frondosas árvores centenárias. O parque deve o seu nome ao Dr. Manuel de Braga, por certo um grande impulsionador na criação de espaços verdes em Coimbra.

Parque Dr Manuel Braga Coimbra
Parque Dr Manuel Braga

Antigo local do palco das Noites do Parque da Queima das Fitas (na Semana Académica), possui vários monumentos que homenageiam figuras ilustres, bem como tem o Museu da Água, um Coreto e uma Barca Serrana. 

Dica: Mais à frente, ainda na margem do rio, podemos desfrutar de um agradável final de dia, no Parque Verde do Mondego (5). As crianças podem igualmente divertir-se no parque infantil, junto ao enorme urso verde. Ademais, este parque possui ciclovias e corredores de peões e pavilhões para exposições temporárias. 

Coimbra Parque Verde do Mondego
Parque Verde do Mondego

Se quisermos atravessar a ponte pedonal Pedro e Inês até ao outro lado do rio, ali encontramos infra-estruturas para a prática de voleibol e de skate, um parque infantil e um parque de merendas.

Coimbra Ponte Pedonal Pedro e Ines
Ponte Pedonal Pedro e Inês

E) VISITAR A Universidade de Coimbra

Subimos pelas ruelas da zona antiga para, lá no alto, visitar a Universidade de Coimbra (6), classificada como Património Mundial da Humanidade pela UNESCO. Trata-se da mais antiga de Portugal, bem como uma das mais antigas do mundo. Foi fundada em 1290 em Lisboa e, posteriormente em 1537, foi transferida para Coimbra. Os espaços de visitação estão reunidos em três grandes áreas: Paço das Escolas, Museu da Ciência e Jardim Botânico.

Lá em cima, primeiramente fomos ao Largo Marquês de Pombal, comprar os bilhetes de acesso a alguns espaços visitáveis da Universidade. Os bilhetes também se podem comprar on-line.

Paço das Escolas da universidade de coimbra

Começamos por visitar o Paço das Escolas, que é um lugar único na cidade, com várias estruturas de grande beleza, como por exemplo a Porta Férrea (entrada do antigo Paço Real a que se adicionaram, no séc. XVII, dois portais com esculturas alegóricas das antigas Faculdades, do rei fundador e do rei que estabeleceu permanentemente os Estudos Gerais em Coimbra) e o Monumento ao rei D. João III, estátua inaugurada em 1948.

Paço das Escolas Universidade de Coimbra
Paço das Escolas da Universidade de Coimbra

Biblioteca Joanina ou Casa da Livraria

Com hora de visita marcada na bilheteira, seguimos para a magnífica Biblioteca Joanina ou Casa da Livraria. Esta é inegavelmente uma obra ímpar do barroco português e é considerada uma das mais ricas bibliotecas europeias. Deve o nome à memória do Rei D. João V, que a mandou construir no séc. XVIII e cujo o retrato de grandes dimensões, podemos ver no topo do Piso Nobre.

No interior da biblioteca existem perto de 60.000 volumes, com o melhor impresso na Europa do séc. XVI ao séc. XVIII, dos variados temas, que podem ser consultados atualmente. 

Universidade de Coimbra Biblioteca Joanina
Biblioteca Joanina

Assim, o edifício é uma caixa-forte pensada para conservar os livros: as paredes exteriores têm 2,11 metros de espessura. As estantes são de madeira de carvalho, apreciada sobretudo pela densidade, durabilidade e pelo odor que afasta os insetos. Para o controlo destes últimos, conta surpreendentemente ainda com a ajuda de duas colónias de morcegos, que durante a noite fazem o seu trabalho. A biblioteca possui 3 pisos:

Piso Nobre: A decoração luxuosa faz lembrar uma igreja. Este andar tem três salas revestidas de estantes e varandas ornamentadas com ricas talhas e pinturas a ouro (sobre fundo preto na primeira sala, vermelho na segunda e verde na terceira). A passagem entre as salas faz-se através de arcos rematados por escudos, com revestimento de madeira, pintada de forma a parecer mármore. As paredes estão cobertas por estantes de dois andares em madeira de carvalho, dourada e policromada. Ao longo das salas existem seis mesas com embutidos, feitas de madeiras tropicais. As figuras nos tetos passam mensagens relacionadas com a Universidade. Não é permitido tirar fotos neste piso;

Piso Intermédio: Esta sala serviu de apoio aos guardas da prisão académica e, no séc. XIX, poderá ter funcionado como habitação de professores ou de outros membros da Universidade. Até 2010, o espaço serviu para limpeza, restauro e catalogação de livros antigos. Atualmente, a sala é usada para exposições documentais. Nas paredes conseguem-se ver as pedras das arcadas marcadas com a assinatura dos canteiros;

Piso Intermédio do edifício da Biblioteca Joanina
Piso Intermédio do edifício da Biblioteca Joanina

Prisão Académica: A exemplo de outras universidades europeias, a Universidade de Coimbra regeu-se por legislação própria (Foro Académico), para proteger a comunidade académica. Até ao séc. XIX, a prisão funcionou aqui, no que foi o antigo cárcere do Paço Real (de que restam duas celas estreitas e uma escada em caracol), a que no séc. XVIII se acrescentaram celas comuns, sala de visitas, oratório e latrinas. Este piso serviu de depósito dos livros recebidos das bibliotecas dos antigos colégios universitários de Coimbra, que ficavam a aguardar a catalogação, seguida da colocação nos pisos superiores da biblioteca.

Prisão Académica no Edifício da Biblioteca Joanina, na Universidade de Coimbra
Prisão Académica no edifício da Biblioteca Joanina

Palácio Real

Entretanto, entrámos no antigo Palácio Real. O edifício inicial foi construído no séc. X, para servir como alcáçova do governador muçulmano da cidade, em 1131 passou a residência real (inicialmente habitada por D. Afonso Henriques, primeiro rei de Portugal) e no séc. XVI foi aqui instalada a Universidade. O edifício do Palácio Real tem três espaços para visitarmos:

Sala dos Capelos ou Sala Grande dos Atos: Antiga Sala do Trono do Palácio Real, que no séc. XVII passou a acolher as cerimónias mais importantes da Universidade. As paredes estão revestidas de azulejos “tipo tapete” e o teto tem 172 painéis de madeira com motivos grotescos (monstros marinhos, índios, sereias e plantas). Nas paredes vêm-se retratos de todos os reis que governaram em Portugal, excepto os da dinastia Filipina (de 1580 a 1640);

Sala Grande dos Atos no Palácio Real, da Universidade de Coimbra
Sala Grande dos Atos no Palácio Real

Sala das Armas: A sala foi adaptada para guardar as armas da antiga Guarda Real Académica (que garantia a segurança da área de jurisdição da Universidade). Hoje, o local é utilizado pelos Archeiros (como passaram a ser conhecidos os guardas) nas cerimónias académicas. Na sala vêem-se os retratos de reitores da Universidade dos séc. XIX e XX;

Universidade de Coimbra Palácio Real Sala de Armas
Sala de Armas

Sala do Exame Privado: Esta sala serviu como aposentos dos reis, tendo sido transformado num espaço onde se realizavam as provas orais à porta fechada até ao séc. XVIII (com a presença apenas do aluno e dos professores). No teto da sala podemos ver o escudo de armas do Reino de Portugal e a representação das grandes faculdades da Universidade: Teologia (Cruz e Sol), Leis (Balança e Espada), Medicina (Cegonha e Caduceu de Hermes) e Cânones (Tiara Papal). Nas paredes vêem-se os retratos de 38 reitores, do séc. XVI ao XVIII.

Universidade de Coimbra Palácio Real Sala Exame Privado
Sala do Exame Privado

Capela de S. Miguel

Ao lado fica a Capela de São Miguel, que é o antigo oratório do Palácio Real, do séc. XII. No exterior, sobressai o grande portal, naturalista, ladeado por dois pilares com símbolos marítimos. No interior destacam-se quer os azulejos do séc. XVII, e o teto trabalhado, quer o enorme órgão barroco, do séc. XVIII, com cerca de dois mil tubos. Achamos particularmente interessante o colorido e a luminosidade do espaço, bem como a imponência do órgão de tubos.

Capela de São Miguel Universidade de Coimbra
Capela de São Miguel

Torre da Universidade

Universidade de Coimbra Torre
Torre

Antes de sairmos do Paço das Escolas, estivemos a observar a Torre da Universidade, que é inegavelmente um ex-libris de Coimbra, com 34 metros de altura. Não é possível subir ao terraço da torre com o varandim, sob o qual ficam os quatro relógios e debaixo destes os quatro sinos, que regem a vida académica.

Museu da Ciência

Avançamos para o Museu da Ciência, que fica perto da Bilheteira. Inaugurado em 2006, este museu é um espaço interativo que dá a conhecer a ciência e é constituído por dois edifícios, a saber: Laboratório Chimico e o Colégio de Jesus.

– Laboratório Chimico

O Laboratório Chimico foi concebido sobretudo para o ensino experimental da química. Durante as obras de adaptação do edifício em 2006, descobriu-se que este havia sido uma sala do refeitório do antigo colégio jesuíta (séc. XVII). Atualmente, podemos visitar aqui a exposição permanente Segredos da Luz e da Matéria, uma mostra interdisciplinar de exemplares das várias coleções científicas da Universidade de Coimbra. Em suma, trata-se de uma exposição muito interessante e interativa, que nos permite ampliar em muito e rapidamente o conhecimento sobre estas matérias.

Museu da Ciência Laboratório Chimico e Colégio de Jesus
Museu da Ciência onde se encontram o Laboratório Chimico e o Colégio de Jesus

– Colégio de Jesus

Em frente fica um dos mais antigos colégios jesuítas do mundo, o Colégio de Jesus. Com efeito, este contribuiu para a formação académica dos missionários portugueses que iam para África, Brasil e Ásia. Com a expulsão da Companhia de Jesus (séc. XVIII), a Reforma Pombalina adaptou o colégio, que passou a albergar os equipamentos para o ensino das ciências.

F) VISITAR o Museu Nacional Machado de Castro

Ao virarmos a esquina e após passarmos a Sé Nova, do séc. XVII, fomos visitar o Museu Nacional Machado de Castro (7), que é antes de mais nada, um dos mais importantes museus de belas-artes e de arqueologia de Portugal. Assim sendo, ali podemos ver importantes coleções de pintura, escultura, ourivesaria e artes decorativas, ao longo de mais de 2.000 anos. O museu deve o nome a um dos maiores escultores portugueses, nascido perto de Coimbra (séc. XVIII).

Museu Nacional Machado de Castro A útima ceia de Cristo por Hodart Vyryo
A última ceia de Cristo por Hodart Vyryo – MNMC

O museu existe desde 1913 e está instalado no antigo edifício do Paço Episcopal, construído inesperadamente sobre um espantoso criptopórtico do fórum romano (séc. I) de Aeminium. Posteriormente foi alvo de reestruturações, com destaque para a requalificação e ampliação de espaços, da autoria do arquiteto Gonçalo Byrne (séc. XX). No museu destacam-se o que resta do claustro românico do período Condal (séc. XII), a clássica e elegante Loggia (séc. XVI) e a Igreja de São João de Almedina (séc.XVII-XVIII).

Criptopórtico Romano Coimbra
Criptopórtico Romano

Este espaço é inegavelmente um dos locais onde gostamos de voltar quando visitamos Coimbra. É um museu muito bom, com um espólio vasto e variado, que agrada a todos os gostos. Se quisermos visitá-lo adequadamente precisamos de ter pelo menos 3 horas disponíveis, que serão muito bem passadas. À saída do museu, sentimo-nos sempre enriquecidos com as novas descobertas e conhecimentos. Esta última visita, apesar de curta em tempo, não foi exceção. Igualmente, destacamos a cordial acolhida que o visitante recebe por parte de quem ali trabalha e o seu profissionalismo em dar a conhecer o que o museu tem de melhor.

G) Desfrutar o Jardim Botânico da Universidade de Coimbra

Seguimos para o Jardim Botânico da Universidade de Coimbra (8), que é um dos jardins botânicos mais conceituados a nível mundial. Antes de mais nada, este foi criado para ajudar ao estudo da História Natural e da Medicina na Universidade. À entrada vê-se um enorme portão principal, uma verdadeira obra prima da serralharia. 

Jardim Botânico Coimbra
Escadaria no Jardim Botânico

Este espaço verde estende-se por mais de 13,5 hectares, dos quais dois terços são ocupados pela Mata, com árvores exóticas de crescimento livre. O restante do espaço é ocupado por um Jardim Clássico, que possui traçado à maneira italiana, distribuído ora por patamares, escadarias e avenidas, ora por estufas.

Coimbra Jardim Botanico
Jardim Botânico

A Estufa Fria tem a flora adaptada a ambientes húmidos e sombrios e a Estufa Grande apresenta sobretudo orquídeas, plantas carnívoras, árvores tropicais e fetos. Este último edifício tem três secções (a saber, climas tropicais, subtropicais e temperados) e é considerado um dos mais antigos da arquitetura do ferro em Portugal.

Coimbra Jardim Botânico Estufa Fria
Estufa Fria
Coimbra Jardim Botanico Estufa Quente
Estufa Quente

O jardim está muito bem cuidado e tem recantos muito bonitos, ideais para passeios românticos e outros… Ao percorrermos o jardim, por entre a enorme diversidade de plantas, sentimo-nos inesperadamente a “viajar” pelos quatro cantos da Terra. 

Jardim Botânico da Universidade de Coimbra
Jardim Botânico

H) EXPLORAR A Rua Ferreira Borges E a Rua da Sofia

Regressamos à zona baixa da cidade. Primeiramente, dirigimo-nos à Rua Ferreira Borges (9), cheia de vida e de tentadoras montras de lojas. Em seguida, para a Rua Visconde da Luz e para a Praça 8 de Maio, onde se encontram a Igreja de Santa Cruz, do séc. XVI, e o edifício da Câmara Municipal.

Coimbra Rua Ferreira Borges
Rua Ferreira Borges

Dali, entrámos na Rua da Sofia (10), onde antigamente se encontravam os Colégios Universitários.

Coimbra Rua da Sofia
Rua da Sofia

I) OUTRAS Atividades em COIMBRA

Passeios com um Guia Local

Deseja fazer em Coimbra um passeio com um guia local? Descubra as imensas atividades disponíveis, através do nosso parceiro Get Your Guide. Por exemplo, há um Show de Fado com Degustação de Vinho do Porto, uma Visita Guiada à Universidade de Coimbra ou um Passeio de Caiaque no Rio Mondego, entre muitos outros. Clique aqui para saber mais.

Nós fizemos o Show de Fado com Degustação de Vinho do Porto, na Fado ao Centro – Casa de Fado, que fica na Rua do Quebra Costas e recomendamos muito. Para além de ouvirmos o tradicional fado de Coimbra, foram dadas explicações sobre a génese deste género musical, os vários estilos e tradições envolvidas (como por exemplo nas Serenatas de Rua não se aplaudir e a rapariga agradecer por acender e apagar a luz três vezes). Foi especialmente interessante sentir o forte sentimento que os estudantes nutrem pelo Fado e por isso a presença deste ser obrigatória e de destaque nas tradições académicas.

Fado de Coimbra
Fado de Coimbra no Fado ao Centro

F) Comer e Beber em COIMBRA – Restaurantes

Almoçamos no Restaurante O Refreito da Baixa e gostámos imenso! Este restaurante, localizado na Cerâmica Antiga de Coimbra, serve a cozinha tradicional com toques de chef. A comida estava soberba, o serviço foi muito bom e a envolvente muito agradável.

Em Coimbra não dá para resistir à sua doçaria regional. Assim, na Rua Ferreira Borges fomos à Pastelaria Briosa comer Pasteis de Santa Clara e Talhada de Príncipe (feito com base nas típicas Arrufadas). A bebida de chocolate quente aqui é um dos melhores que conhecemos. Desta pastelaria gostamos sempre de levar como miminho para a família um Bolo Escangalhado. Saímos bem satisfeitos, com pena de não termos atacado uns Pasteis de Tentugal 🙂

Na mesma rua, e também muito típicos, são os crúzios na Pastelaria Cruzeiro (achámos que eram deliciosos, mas pequenos em dimensão…).

Na Rua do Quebra Costas, experimentámos algo diferente, que é regional mas do leste europeu: o Bolo Chaminé, tem a forma de chaminé e é oco por dentro, onde é barrado com chocolate, caramelo,… (o que quisermos). Apreciámos imenso!

G) Dormir em COIMBRA – Alojamento

Coimbra tem uma boa oferta de alojamento, para todas as bolsas, veja no Booking a melhor opção para si:

Roteiro de um dia para Visitar Miranda do Corvo

Parte do concelho de Miranda do Corvo é zona de montanha, integrada na Serra de Semide e no maciço da Serra da Lousã – que é uma das formações montanhosas mais importantes de Portugal. Sendo este um bom local não apenas para descansar, como também encontrar paisagens convidativas a passeios em contacto com a natureza.

O topónimo Miranda, do latim mirandus, com o significado de atalaia, estará assim diretamente associado ao perfil vigilante do castelo, que se implantava no cimo do morro do atual Alto do Calvário. Daqui era possível vigiar e defender duas importantes vias de comunicação: a via romana que passava por Corvo e ligava Sellium (Tomar) a Aeminium (Coimbra) e a via Colimbriana, que ligava o interior da Península ao Ocidente. No séc. XII, o castelo de Miranda do Corvo foi conquistado aos mouros e passou a fazer parte da linha defensiva do Mondego.

Um espaço muito interessante em Miranda do Corvo é o Parque Biológico da Serra da Lousã, onde se veem os animais representativos da fauna e da agro-pastoricia tradicional portuguesa.

MAPA DO ROTEIRO EM MIRANDA DO CORVO

Os números (#) no Mapa e no Texto identificam os locais a visitar:

A) VISITAR O Mosteiro de Semide

Começamos a visita no Mosteiro de Santa Maria de Semide (1), classificado como Imóvel de Interesse Público. Fundado no séc. XII pela Ordem Beneditina para albergar monges, pouco tempo depois passou a albergar monjas, sendo que surpreendentemente um dos requisitos para estas, para aqui entrarem, era terem dotes musicais. Um incêndio no séc. XVII destruiu o mosteiro, quase por completo, tendo sido reconstruído posteriormente.

Exterior do Mosteiro de Santa Maria de Semide
Mosteiro de Santa Maria de Semide

Neste mosteiro, que foi um local de silêncio e recolhimento, destaca-se quer a portaria da fachada principal, quer a porta barroca da igreja, com duas colunas jónicas e acima do entablamento, um medalhão da Ordem Beneditina. No interior, salientam-se os claustros quinhentista e parte de outro seiscentista, a aguardarem obras. Dentro da igreja, de uma única nave, vimos a habitual grade em ferro, que separava as monjas de quem vinha do exterior. Destacam-se também os azulejos dos séc. XVII e XVIII, as esculturas do retábulo-mor, as pinturas do cadeiral e o grande órgão de tubos do século XVIII, de estilo rococó e que está funcional.

Particularmente interessante foi sentir ali a extrema preocupação em cuidar deste legado, ou herança do passado, e preservá-lo para as próximas gerações.

B) Aproveitar o Miradouro do Senhor da Serra

Subimos para o Miradouro do Senhor da Serra (2), que fica junto a um santuário, que foi local de peregrinações do séc. XVII ao início do séc. XX. No miradouro sentimo-nos sobre as nuvens, dada a vista privilegiada que tivemos sobre a Serra da Lousã e a Serra da Estrela. Disseram-nos que nos dias “limpos” se consegue ver dali a praia da Figueira da Foz!

Miradouro do Senhor da Serra
Miradouro do Senhor da Serra

C) Explorar o Parque Biológico da Serra da Lousã

Entretanto, colocámo-nos à estrada e fomos até Miranda do Corvo, para explorar o Parque Biológico da Serra da Lousã (3). Este parque de 3,3 hectares tem muito para vermos, com destaque para a vida selvagem, a flora e a agro-pastorícia autóctone portuguesa. Além disso, existem aqui vários espaços museológicos, o Restaurante Museu da Chanfana e o Hotel Parque Serra da Lousã.

Parque Biológico Serra da Lousã Museu Espaço da Mente
Museu Espaço da Mente

Começamos por visitar o Museu Espaço da Mente, que integra uma amostra de objetos antigos que refletem a criação inventiva do homem. A seguir fomos explorar o Parque Selvagem. Por aqui vimos linces, aves de rapina, javalis, lobos, raposas, ursos-pardos (existiram em Portugal até 1843), lontras e muitos outros – surpreendentemente a quase totalidade deles são animais vítimas de trauma.

Ao longo do passeio, vimos inúmeros arbustos e árvores (como castanheiros, carvalhos e medronheiros) e o Museu da Tanoaria, que tem uma coleção de peças relacionadas com a arte de quem faz vasilhame (em madeira). Por fim, deparamo-nos com o Labirinto de Árvores de Fruto, algo que nunca tínhamos visto e que nos dizem ser único no mundo. Não nos perdemos!

Parque Biológico da Lousã Veados
Veados
Parque Biológico da Lousã Javalis
Javalis

Logo depois, avançamos para a Quinta Pedagógica para ver porcos, cabras, ovelhas, bois, cavalos e uma variedade de aves domésticas. Ao lado fica o Centro Hípico, com um picadeiro coberto e perto existe um viveiro de plantas.

Parque Biológico da Lousã Quinta Pedagógica
Quinta Pedagógica

Junto da saída/entrada do Parque, visitámos o Museu Vivo de Artes e Ofícios Tradicionais. Neste local pode ser visto e comprado o artesanato local (Olaria e Vidro, Vime e Cestaria, Tecelagem e Sapataria), elaborado em grande parte por pessoas em risco, com deficiência, refugiados ou sem-abrigo. Tal deve-se ao Parque Biológico ser propriedade e gerido pela Fundação ADFP, que é uma IPSS sem fins lucrativos, que localmente promove a inclusão destas pessoas, entre outras atividades.

Parque Biológico da Lousã Museu Vivo de Artes e Ofícios Tradicionais
Museu Vivo de Artes e Ofícios Tradicionais

Almoçamos dentro do Parque, no Restaurante “Museu da Chanfana”, sobre o qual falamos mais à frente.

D) Visitar gondramaz – aldeia do xisto

De tarde seguimos para Gondramaz (4), que fica na Serra da Lousã. Esta é uma das mais bonitas Aldeias do Xisto, que foi finalista das 7 Maravilhas de Portugal, na categoria das Aldeias Remotas. Esta é uma aldeia perdida no tempo, que se mantém viva.

Pensa-se que Gondramaz derive de um nome germânico e se relacione com a presença visigótica em Portugal, a partir do séc. V.

Ao chegarmos vimos que Gondramaz fica em decline, no meio da encosta da serra, rodeada por ribeiros e envolta num manto de floresta de carvalhos e de castanheiros (segundo a tradição, seria plantado aquando do nascimento de um filho). A aldeia teve obras de requalificação, que mantiveram as casas de arquitetura tradicional com a pedra à mostra, todavia tendo poucos habitantes em permanência.

Aldeia de Gondramaz, Aldeia de Xisto
Gondramaz – Aldeia do Xisto

Descemos a rua principal, com incursões aos becos e ruelas, descobrindo a capela com o salão de baile para um lado e o lavadouro para o outro. Sentindo-nos sobretudo completamente envoltos no xisto. Este material está presente no pavimento das ruas, nas fachadas das casas e, enfim, em todo o lado.

Aldeia de Gondramaz Rua Principal
Rua Principal de Gondramaz – Aldeia do Xisto

Encontramos ali e acolá, afixadas nas fachadas, pequenas figuras esculpidas em pedra, que os artesãos transformaram em arte. Existem vários percursos que se podem fazer quer a pé, quer de bicicleta para explorar o território em volta. Também notámos que a rua principal é acessível para pessoas com mobilidade reduzida.

E) Passear pelo Centro Histórico de miranda do corvo

De regresso à vila, fomos descobrir o Centro Histórico do Miranda do Corvo (5). Começamos no ponto mais baixo, na Praça José Falcão junto ao rio, passeando pelo jardim onde está o Pelourinho – réplica do pelourinho quinhentista, cujo original se encontra no átrio do belo edifício dos Paços do Concelho ao lado.

Paços do Concelho e réplica de Pelourinho, em Miranda do Corvo
Paços do Concelho e Pelourinho

Dali, decidimos subir a encosta por entre ruas estreitas e empedradas, circundadas por edificações centenárias. Iniciámos pela Rua dos Combatentes de Grande Guerra, passámos junto à Fonte dos Amores (antigo centro urbano e ponto de encontro de namorados) e chegámos ao topo onde fica o Miradouro do Alto do Calvário (6).

Castelo de Miranda do Corvo: Torre Sineira e Cisterna

Lá no alto, a torre sineira e a cisterna (vital para reservar água em caso de cerco) são o que resta do antigo Castelo de Miranda do Corvo, conquistado aos mouros no séc. XII e que veio a fazer parte da linha defensiva do Mondego e que servia de guarda avançada de Coimbra.

Torre Sineira e Igreja Matriz de Miranda Corvo
Torre Sineira e Igreja Matriz
Necrópole Miranda do Corvo
Necrópole com mais de 900 anos

Em 2013 ocorreram significativas obras de intervenção na Torre Sineira (7), na Cisterna e na Necrópole com mais de 900 anos, que então foi descoberta. Neste local foi interessante descer às “catacumbas” da necrópole, agora coberta por uma lage de betão ajardinada, sob a qual se observam tubos de acrílico que localizam cada sepultura e conduzem a luz natural ao interior. Que solução tão engenhosa!

Para a nossa vista ser melhor, subimos ao topo do estilizado miradouro da Torre, convertida em sineira da Igreja Matriz (8) do séc. XVIII. Acedemos ao topo através de escadas interiores com “grades” em madeira de tacula (madeira africana). Lá do cimo da Torre Sineira, lugar arejado, a vista é excelente sobre o casario da vila, os jardins junto ao rio e o demais horizonte, com a Serra da Lousã ao fundo.

Vista da Torre Sineira de Miranda do Corvo
Vista da Torre Sineira

F) Comer e Beber em Miranda do Corvo – Restaurantes

Em termos gastronómicos, a escolha em Miranda do Corvo é variada, estando ligada sobretudo à criação de cabras, que pastam nas áreas de montanha, e à existência de mosteiros e conventos na região, como o Mosteiro de Santa Maria de Semide.

Restaurante Museu da Chanfana

Almoçamos no Restaurante Museu da Chanfana, uma oportunidade para apreciar a gastronomia local. Este restaurante tem um ambiente acolhedor, onde junto ao teto podemos ver fotos de atividades tradicionais da região. Através das grandes janelas de vidro contemplamos a excelente vista para o Parque Biológico da Serra da Lousã, onde está inserido. Os produtos hortícolas ali servidos proveem das hortas biológicas que existem perto. Acompanhados de vinho tinto da região, batatas cozidas e grelos:)

Negalhos

Começamos com os Negalhos, que é um prato típico de Miranda do Corvo e que tínhamos curiosidade em provar. Consta que teve origem na altura das Invasões Francesas (início do séc. XIX), que quando a carne rareava se aproveitava todo o animal. Seguindo a receita da chanfana, cozinham-se o bucho (estômago) e as tripas da cabra. O bucho é cortado em bocados grandes e em forma de bola é cozido com uma linha, que no interior tem as tripas cortadas em pedaços pequenos, junto com toucinho, hortelã e malagueta. Vale a pena experimentar, para quem gosta de dobrada – cuja consistência é quase similar!

Negalhos
Negalhos

Chanfana

Depois, avançamos para a famosa Chanfana, eleita uma das 7 Maravilhas à Mesa de Portugal. Pensa-se que nasceu no Mosteiro de Semide, de onde que se expandiu pelo centro do País. As monjas usavam a carne de cabras velhas, o vinho tinto que eram entregues pelos rendeiros, o louro da quinta e as caçoilas de barro das olarias locais. Levavam tudo ao forno a lenha durante várias horas e fizeram um prato muito apreciado, que era guardado durante o ano nas caves frescas do mosteiro. Disseram-nos que as cabras devem ser velhas e não terem tido cabritos no último ano, para possuirem alguma gordura. Daí, a carne que comemos ter-se derretido literalmente na boca.

Chanfana
Chanfana

Nabada

E por fim, fomos para a Nabada, que é um doce muito agradável , cujo nome revela quase tudo. À primeira colherada, sente-se o sabor do nabo, depois quase desaparece. É um dos poucos doces conventuais que não leva ovos, sendo feito de nabo, açúcar, amêndoas e canela, e teve origem no Mosteiro de Semide.

Nabada, doce conventual sem ovos
Nabada

Mel da “Serra da Lousã”

No Parque Biológico aproveitámos para comprar o igualmente famoso Mel da “Serra da Lousã”, que tem Denominação de Origem Protegida. Este mel provém das flores dos arbustos e árvores existentes na Serra da Lousã, a saber: estevas, sargaços, giestas, urzes, carquejas, tojos e medronheiros. O mel tem cor âmbar (às vezes é escuro), é um pouco viscoso e tem odor e paladar fortes. 

G) Dormir em Miranda do Corvo – Alojamento

Miranda do Corvo tem algumas opções de alojamento, sendo uma das mais conhecidas o Hotel Parque Serra da Lousã, inserido no Parque Biológico. Veja aqui:

Roteiro de um dia para Visitar Penela

Com presença na Serra de Sicó e na Serra da Lousã, o concelho de Penela possui um antiquíssimo património histórico e natural, com destaque para o castelo medieval, a praia fluvial da Louçainha, as villas romanas do Rabaçal e de São Simão e a Aldeia do Xisto de Ferraria de São João, com recantos de beleza. Além destes, podem-se explorar grutas e miradouros, com vistas deslumbrantes para vales e montanhas arborizadas, por onde se fazem percursos ora a pé, ora de BTT. Penela vale também pela rica gastronomia, com o queijo do Rabaçal, os vinhos Terras de Sicó, o azeite e as nozes, que nos prendem à região.

MAPA DO ROTEIRO EM PENELA

Os números (#) no Mapa e no Texto identificam os locais a visitar:

A) Espreitar o Pelourinho de Podentes

Pelourinho de Podentes
Pelourinho de Podentes

Ao iniciarmos o dia, passámos junto do Pelourinho de Podentes (1), que fica nesta localidade. O pelourinho é de estilo manuelino e está classificado como Imóvel de Interesse Público. Tem o maior fuste (parte da coluna entre o capitel e a base) de um só bloco existente em Portugal daquela época, talvez reaproveitado de um edifício romano. O capitel tem quatro faces, onde se pode ver a esfera armilar, a cruz de Cristo e dois escudos desgastados, as armas de Portugal e da família Sousa de Arronches.

B) VISITAR A Villa Romana do Rabaçal

Seguimos para a Villa Romana do Rabaçal (2), do séc. IV d.c., situada perto do Rabaçal. A villa terá sido usada por uma familia romana nobre, cuja propriedade teria cerca de 100 hectares. Localizava-se a apenas 12 km da Conímbriga, junto à importante via romana que ligava Olisipo (Lisboa) a Bracara Augusta (Braga).

A visita à Villa Romana do Rabaçal, envolve visitar 3 locais:

Primeiro, fomos ao Espaço-Museu no Rabaçal, onde visualizámos um video que nos ajudou a entender como era a Villa no passado e vimos vários artefactos recolhidos nas escavações arqueológicas;

Museu Villa Romana do Rabaçal, Penela
Espaço-Museu da Villa Romana do Rabaçal

Depois, acompanhados por colaborador do museu, deslocamo-nos até à Estação Arqueológica a 1 km. Aqui visitamos o que resta da pars urbana (residência senhorial), com um grande pátio central circundado por 24 colunas e corredor à volta, de onde se acedia às 27 divisões da casa e a uma basílica. No pavimento existem mosaicos com várias cores e materiais e que possuem motivos geométricos, figuras e vegetais. Os mosaicos encontram-se temporariamente tapados com areia para sua proteção. Mais à frente, ainda não visitáveis, ficam o balneário, as dependências dedicadas à lavoura e ao alojamento dos servos, bem com as nascentes e os sistemas de elevação da água;

Villa Romana do Rabaçal Estação Arqueológica
Estação Arqueológica da Villa Romana do Rabaçal

Por fim, fomos até ao Miradouro de Chanca a 1,5 km. Situado na encosta da Serra do Sicó, dali temos uma vista panorâmica sobre a villa romana, o vale do Rabaçal e as serras em frente.

Miradouro de Chanca vista para Villa Romana do Rabaçal
Vista do Miradouro de Chanca para a Villa Romana do Rabaçal

Villa Romana de São Simão

Perto de Penela foi descoberta uma outra, a Villa Romana de São Simão, do séc. II. Os trabalhos arqueológicos realizados nos últimos anos revelaram a pars urbana (residência senhorial), com jardim e tanque à volta e com cerca de 20 painéis de mosaico. No séc. XV, o local foi ocupado por uma capela e uma necrópole. Entretanto, está a ser preparado para receber visitas.

C) Espreitar o castelo de Germanelo

Do Miradouro da Chanca avistámos bem ao fundo o que resta do Castelo de Germanelo (3), no cimo do monte do Germanelo. O castelo terá sido construído do séc. XII sobre um castro romanizado. Encontrando-se em ruínas, no séc. XX foi-lhe reconstruída uma linha de muralha com 17 ameias. As escavações posteriores localizaram a cisterna, portas, lareira e outras estruturas do antigo castelo. Não chegámos a ir lá, pois disseram-nos que o caminho a pé até ao local é um pouco demorado e não estávamos com tempo. Fica para a próxima!

D) Espreitar A Praia Fluvial da Louçainha

Partimos para a Praia Fluvial da Louçainha (4), na Serra do Espinhal. Em plena montanha, este é um dos locais mais bonitos do concelho de Penela. A par da paisagem, a tranquilidade e o silêncio imperam. Na Ribeira da Azenha existem duas represas, que formam piscinas naturais: uma para as crianças e outra mais profunda para os adultos, com prancha para mergulhos.

Praia Fluvial da Louçainha, Penela
Praia Fluvial da Louçainha

A praia tem obtido as classificações de Bandeira Azul e de Praia Acessível. Entre as estruturas disponíveis, destacam-se por exemplo: os balneários, o parque de merendas e o restaurante/bar com excelente vista sobre as águas e a vegetação da serra.

Dica: Se desejarem, podem fazer dali o percurso a pé até à Cascata da Pedra Ferida (5), por cerca de 3 km, ao longo do curso de água e por entre a densa vegetação da floresta. A cascata tem cerca de 30 de altura e forma cá em baixo uma piscina natural. Deve o seu nome ao tom a vermelhado das rochas em volta por possuírem ferro, como se estivessem feridas. Trata-se do percurso PNL2, com algum grau de dificuldade e sendo linear, nos obriga a voltar para trás (o percurso continua por mais 3 km até à localidade do Espinhal).

E) Espreitar o Miradouro de SÃo João do Deserto

Continuámos a subir (de carro) até ao Miradouro de São João do Deserto (6), com expetativa de ver dali cinco distritos (Aveiro, Leiria, Viseu, Guarda e Castelo Branco), além do de Coimbra. Para nós foi difícil os ver, mas valeu a pena estarmos lá, pois do miradouro tivemos uma das vistas mais impressionantes da região.

Miradouro São João do Deserto
Miradouro São João do Deserto

F) Espreitar A Ferraria de São João – ALDEIA DO XISTO

Avançamos um pouco mais até à Ferraria de São João (7), uma das Aldeias do Xisto, situada na encosta da Serra de São João, na parte sul da Serra da Lousã. Pensa-se que o nome “Ferraria” esteja ligado à existência no passado de exploração do ferro, pois foram encontrados vestígios de escória perto de vários cursos de água e o nome “São João” esteja ligado à serra ou à proximidade do miradouro de São João do Deserto, onde estivemos antes. 

Ferraria de São João dispõe-se ao longo da rua principal, ao passearmos por ali encontramos várias casas requalificadas: umas onde se vê a pedra à mostra (quartzito) e outras rebocadas com cor branco. No cimo da aldeia, observa-se um bom número de currais (um dos mais numerosos de Portugal). Estes serviam para abrigar o rebanho comunitário, que chegou a ter mais de 1.000 cabeças de gado, maioritariamente cabras, mas hoje existe em menor quantidade. À volta da aldeia observamos um extenso sobreiral.

Ferraria de São João, Aldeia de Xisto de Penela
Ferraria de São João – Aldeia de Xisto

Para explorar a natureza, Ferraria de São João possui vários percursos pedestres e percursos de BTT, com diferentes níveis de dificuldade e extensão. Existe na aldeia um centro de BTT, a saber: com estação de serviço para bicicletas com lavagem, ar e mini-oficina self-service – além de ter casas de banho e duches quentes (a usar mediante pagamento de pequeno valor).

G) Espreitar O CISED – Centro de Interpretação do Sistema Espeleológico do Dueça

Avançamos para o CISED – Centro de Interpretação do Sistema Espeleológico do Dueça (8). Aqui existe um dos maiores sistemas subterrâneos de Portugal, constituído por vários quilómetros de galerias e por onde igualmente circula um rio subterrâneo. Parte das grutas encontra-se em fase de estudo, sendo as mais conhecidas a de Talismã (ou Soprador do Carvalho) e a de Algarinho. Além disso, existem programas de visita que podem ser feitos, quando as condições o permitem e com a orientação de técnicos especializados.

H) EXPLORAR o Centro Histórico de PENELA

Seguimos para Penela para visitar o Centro Histórico, que fica disposto ao longo da encosta. Estacionamos perto do Parque das Águas Romanas (9), que é um parque de lazer, com elementos lúdicos inspirados na Villa Romana do Rabaçal e no período greco-romano. Este é um parque mais vocacionado para as crianças brincarem, por isso ali encontrámos casinhas, baloiços, escorregas, aquedutos, labirintos e muito mais.

Parque das Águas Romanas, em Penela
Parque das Águas Romanas

Subimos ao lado, junto ao Mercado Municipal, e depois as escadarias para a Praça da República onde há uma Escultura do Infante D.Pedro, da autoria do Mestre João Cutileiro. Dali tem-se uma vista privilegiada para o Castelo de Penela.

Pelourinho de Penela
Pelourinho de Penela

Saímos pelo lado esquerdo para a Rua 25 de Abril até ao Pelourinho de Penela (10), que é Monumento Nacional. Este pelourinho, da época medieval, tem uma coluna de fuste oitavado, um capitel em forma de pinha e três degraus em pedra. No cimo, vemos quatro hastes de ferro a imitar serpentes, que prendem na boca umas argolas. Possui também dois brasões iguais, que se pensa ser o brasão de armas de Penela. 

Voltámos à Praça da República e desta vez saímos pelo lado direito até à Igreja Matriz de Penela (11) ou de Santa Eufémia, classificada como Monumento Nacional. O edifício do séc. XVI sofreu significativas obras nos séc. XVII e XVIII. No interior destacam-se as três naves, separadas por grandes arcadas e cujo o teto tem a cobertura de madeira à mostra.

Igreja de Sta Eufémia Penela
Igreja Matriz de Penela

I) Espreitar o castelo de PENELA

Ao fim do dia fomos para o Castelo de Penela (12), passando junto ao edifício da Câmara. O castelo do séc. XI, classificado como Monumento Nacional, integrava a Linha Defensiva do Mondego. No séc. XX, foi alvo de significativas obras de reconstrução, mantendo a irregularidade da sua planta. Em seguida, entramos para o interior do castelo através do que resta da Porta da Vila e subimos às muralhas para apreciar a vila e a paisagem em redor. Passámos junto da Igreja de São Miguel e da Porta da Traição. Esta porta tem a particularidade de ter uma abertura dupla em cotovelo, integrada numa torre, o que evidência a influência árabe nas fortificações da Idade Média.

Igreja de São Miguel, em Penela
Igreja de São Miguel e antigo Castelejo

Para termos uma vista ainda melhor, subimos ao cimo do Castelejo, que foi o núcleo defensivo primitivo. Ao lado deste, veem-se escavadas na rocha Sepulturas Escavadas com forma humana. Não esqueçamos que o local havia sido ocupado antes pelos romanos e depois pelos árabes. Ainda no interior do castelos, no jardim podem ver-se réplicas de uma catapulta e de um outro instrumento medieval.

Feira Medieval de Penela

Anualmente, em maio, tem lugar no castelo a Feira Medieval de Penela. Esta é uma das mais antigas feiras medievais de Portugal, que conta com recriações históricas e animações ao vivo alusivas à época, além das imprescindiveis “barraquinhas” com artesanato e gastronomia regional. Talvez venhamos cá, quando pudermos!

J) Comer e Beber em PENELA – Restaurantes

Desta vez, experimentamos um restaurante fora da vila, que nos haviam sido recomendado. Fomos ao Restaurante Santo Amaro, em Santo Amaro, a 2 km de Penela. O serviço foi atencioso e rápido, a comida era caseira e teve uma relação qualidade/preço muito boa. O que se pode pedir mais?

Igualmente nos recomendaram os restaurantes em Penela: D. Sesnando, O Pastor e Varandas do Castelo.

Produtos Regionais e Gastronomia em Penela

Quando estivemos em Penela, aproveitámos para comprar o queijo, o vinho, bem como o azeite da região:

Queijo Rabaçal e Vinho Terras de Sicó

O Queijo Rabaçal tem Denominação de Origem Protegida e é um queijo curado, produzido artesanalmente a partir da mistura de leites de ovelha e cabra. Gostámos do sabor um pouco forte. Anualmente, em abril, o Rabaçal enaltece o seu queijo e as raízes romanas no Mercado do Queijo e dos Romanos do Rabaçal

O vinho Terras de Sicó está inserido na região do “Vinho Regional Beiras”. É produzido nas vinhas da Serra de Sicó, com invernos frios e húmidos e com verões quentes e secos, em solos argilo-calcários, com afloramentos de xisto. Aqui predominam as castas tintas, a saber: Alfrocheiro Preto, Baga, Bastardo, Rufete, Tinta Roriz, Trincadeira e Touriga Nacional e as castas brancas: Fernão Pires, Rabo de Ovelha, Arinto e Cerceal. Também muito agradável!

K) Dormir em PENELA – Alojamento

Penela tem algumas opções de alojamento, que pode encontrar aqui:

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PIN Região de Coimbra roteiro de 3 dias
PIN Região de Coimbra roteiro de 3 dias
PIN Região de Coimbra roteiro de 3 dias Miranda do Corvo, Penela e Coimbra

Para efetuarmos as visitas, contámos com a preciosa colaboração da CIM Região de Coimbra, das Câmaras Municipais e de algumas pessoas da região, que agradecemos!

Projeto cofinanciado pelo Centro 2020, Portugal 2020 e União Europeia.

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Outros Destinos em Portugal

Para saber mais sobre os locais que recomendamos no País, então visite a página Destinos em Portugal.

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