Descubra as informações essenciais para conhecer o Palácio Nacional de Mafra e explorar este lugar especial reconhecido pela UNESCO.
A 25 Km a norte de Lisboa localiza-se, na pacata vila de Mafra, o Palácio Nacional de Mafra. Este é um dos maiores do mundo e o mais importante edifício de arquitetura barroca em Portugal, inspirado na Roma Papal.
Visitar o Palácio Nacional de Mafra é como viajar no tempo, para a altura dos Reis, das Rainhas e das suas cortes. Não esquecendo o charme da bela Biblioteca, que é uma das mais importantes da Europa.
Por tudo isto, e muitas outras que pode descobrir neste artigo, não deixe de visitar o Palácio Nacional de Mafra, classificado como Património Mundial da UNESCO!
Importância do Palácio Nacional de Mafra
O edifício do Palácio Nacional de Mafra possui particularidades únicas, como uma grande biblioteca do século XVIII, um conjunto único de seis órgãos de tubos, um complexo hospitalar do século XVIII, dois carrilhões que são os maiores do mundo, bem como importantes coleções de escultura italiana, de pintura italiana e portuguesa.

Ao visitarmos o edifício sentimos inegavelmente a opulência, a dimensão, a arquitetura e a engenhosidade do século XVIII, do que de melhor existia nas monarquias da Europa.
Trata-se do mais importante edifício de arquitetura barroca e uma das maiores obras reais em Portugal, bem como um dos mais relevantes locais do barroco italiano encontrado fora de Itália.
O conjunto arquitetónico integra não apenas um Palácio ou Paço Real, como também uma Basílica e um Convento.
Ao passo que tem uma área total de cerca de 40.000 m2, com 1200 divisões (quartos, salas, cozinhas, etc), ligadas por quilómetros de corredores, cujo principal corredor tem 232 metros de cumprimento (o maior da Europa).
Assim, esta é uma obra simbólica, como afirmação internacional de D. João V, num contexto de absolutismo régio que centralizava o poder na figura do Rei.
A monumentalidade do edifício e a elevada qualidade das obras adquiridas na Europa foi possível sobretudo graças às riquezas vindas do Império Português, como o ouro e as pedras preciosas do Brasil.
Como visitar o Palácio Nacional de Mafra: Destaques
O Palácio Nacional de Mafra é enorme, o percurso para visitá-lo não é linear e nem todos os espaços são acessíveis ao público. Mas, vamos ajudar-lhe, partilhando o que fizemos.
O complexo arquitetónico desenvolve-se a partir de um eixo central, a saber a Basílica com as duas torres sineiras.
Na fachada principal fica o Palácio ladeado por 2 grandes torreões.
Na parte detrás situa-se o Convento, junto ao Jardim do Cerco e à Tapada Nacional de Mafra.

=> Aceda ao edifício pela entrada norte (no Piso 0), entre o Torreão Norte e a grande escadaria exterior em frente da fachada principal;
À entrada do Claustro e à esquerda ficam a Bilheteira (que vende os bilhetes de acesso) e a Loja (que vende réplicas de peças existentes no Palácio e peças modernas inspiradas nas mesmas, como porcelanas, cristais, jóias, postais, bem como publicações).
=> Em seguida suba a escadaria interior ali próxima até ao 2º Piso (Piso Nobre) para visitar o Palácio Real e um pouco do Convento.
1) Palácio Real (ou Paço Real)
O Palácio Real desempenhou as funções de Paço Real frequentado pelos Reis de Portugal, sua família e convidados, que vinham a Mafra ora para celebrar festas religiosas, ora para caçar na Tapada.
Na fachada principal do Palácio destacam-se os Torreões Norte e Sul.
Estes funcionavam como “apartamentos independentes” para o Rei e para a Rainha. Ao passo que cada torreão tinha cozinha na cave, despensa no piso térreo e dormitórios dos criados no sótão.
Por outro lado, os príncipes tinham um palacete para si na extremidade nordeste do Palácio e as princesas um palacete na área sudeste do Palácio.
Os Torreões Norte e Sul estão ligados por uma galeria de salas com um corredor de 232 metros de comprimento – o maior corredor dos palácios europeus!
=> Após subir a referida escadaria interior, chega ao Piso Nobre (2º Piso) e começa por explorar o Torreão Norte.
Torreão Norte
No Torreão Norte encontravam-se os aposentos privados do Rei. Assim sendo, tinha a cozinha na cave, a despensa no Piso 0, os quartos dos Camaristas no Piso 1 e os aposentos do Rei no Piso Nobre (Piso 2) e os quartos dos criados no sótão.

No Torreão Norte, destacam-se:
- Quarto de Dormir, com a cama do Rei em forma de gôndola, fabricada em França;
- Salão Grande, com a pintura num enorme quadro a óleo e o aquecedor em faiança portuguesa policromada;
- Oratório (ou Capela do Rei) com as pinturas no teto.
=> Siga depois para a Galeria Principal.
Galeria Principal
A Galeria Principal (ou Galeria da Frente) é constituída por um conjunto de salas situadas entre os Torreões Norte e Sul (ligando os aposentos do Rei e da Rainha) dispostas ao longo de um corredor com 232 metros – que é o mais comprido corredor dos palácios da Europa.

Inesperadamente viemos a saber que a Corte tinha o hábito de se passear ao longo da Galeria Principal, mais do que passear no exterior do Palácio!
=> Comece agora a explorar as principais salas.
Sala das Descobertas
A Sala das Descobertas (ou Sala dos Heróis Portugueses) apresenta pinturas e decorações alusivas aos descobrimentos portugueses, como Vasco da Gama vencendo o Adamastor, Pedro Álvares Cabral descobridor do Brasil, bem como de Cristóvão Colombo descobridor da América.

Sala dos Destinos
A Sala dos Destinos contém pinturas alusivas ao 1º Rei de Portugal, Dom Afonso Henriques, recebendo o Livro dos Destinos da Pátria, aos seus antepassados (o Rei de França, Hugo Capeto, e o conde D. Henrique de Borgonha) e aos seus sucessores até D. João IV.

Sala de Diana
Esta sala deve entretanto o seu nome à pintura do teto representativa da deusa romana da caça, Diana, acompanhada de ninfas e sátiros.
Esta pintura é da autoria de Cirilo Volkmar Machado, que se inspirou no quadro “Caçada de Diana” de Domenichino existente na Galeria Borghese em Roma.

Sala da Audiência
Era na Sala das Audiências (ou Sala do Trono) que o Rei despachava.
Aqui destaca-se a bonita decoração, como a bela pintura no teto representando uma alegoria à “Lusitânia”, da autoria de Volkmar Machado.
Nas paredes pode ver pintadas a fresco figuras representativas das 8 Virtudes Reais que o Rei devia ter, a saber Perfeição, Tranquilidade, Bondade, Conhecimento, Generosidade, Paz, Perseverança e Consciência, da autoria de Domingos Sequeira.

Sala da Guarda
Pela Sala da Guarda (ou Sala dos Archeiros) entrava-se no Palácio e por isso neste local ficava a Guarda Real quando os Reis estavam no Palácio.

No teto existe uma pintura alusiva à lenda da mitologia grega do “Precipício de Faetonte”, da autoria de Volkmar Machado.
Sala da Benção
Situada a meio do Palácio, a Sala da Benção apresenta: de um lado, uma varanda na fachada virada para o terreiro em frente do Palácio, de onde o Rei podia saudar o povo; do outro lado, várias janelas viradas sobre a Basílica de onde a Família Real podia assistir às cerimónias religiosas.

Nesta sala existem vários apontamentos de pedra liós (oriunda de Cascais, Sintra e Pero Pinheiro), bem como um busto de mármore de D. João V, da autoria do mestre italiano Alessandro Giusti.
=> Ao fim do corredor chegou ao Torreão Sul.
Torreão Sul
No Torreão Sul ficavam os aposentos privados da Rainha, ora com os quartos dos Veadores (camaristas) no 1º piso, ora com os aposentos da Rainha e das Damas no Piso Nobre (2º piso), que continha entre outros o quarto, casa de banho, casa de banho com banheira, quarto de vestir e capela privada.
No final do século XIX, a Família Real passou a habitar apenas este Torreão Sul (por ser mais quente e ensolarado), deixando o Torreão Norte reservado aos hóspedes que os visitavam.
=> Seguem-se outro conjunto de salas até ao Convento (com a Biblioteca).
Sala D. Pedro V
A Sala D. Pedro V (ou Sala de Espera ou Sala Vermelha) era o local onde esperavam os convidados antes de serem recebidos pela Família Real na Sala de Música.

Sala da Música
A Sala da Música (ou Sala Amarela ou Sala da Receção) servia para a Família Real receber os convidados e veio a substituir a Sala de Audiências neste uso. Na Sala da Música encontras um piano de cauda Joseph Kirkman, com um curioso banco em forma de concha e um piano vertical Collard & Collard. Ambos os pianos foram produzidos em Inglaterra.
Nesta sala existem retratos de D. Pedro II, Imperador do Brasil, de D. Amélia de Beauharnais, mulher de D. Pedro IV e imperatriz do Brasil e da sua filha Maria Amélia.

Sala dos Jogos
Nesta sala estão alguns jogos utilizados nos séculos XVIII e XIX, por exemplo o bilhar chinês, a mesa de bilhar (ou russiana) e o jogo do pião.
Aqui encontra um grande candeeiro de bilhar em ferro e bronze de fabrico francês e dois quadros a óleo “Ponte de Vizela” e “Paisagem com margem de rio”, da autoria de Silva Porto.

Sala da Caça
A Sala da Caça está decorada não apenas com mobiliário, como também com troféus de caça e hastes de cervídeos (veados, gamos e javalis da Tapada), ao gosto alemão da época.
Na sala observam-se cenas de caça, animais e flores em dois quadros a óleo, da autoria de Joaquim Rodrigues Braga, bem como uma coleção de pratos e azulejos em faiança pintada, da autoria de D. Fernando de Saxe e Coburgo.
Na Sala da Caça atuava a Real Filarmónica de Mafra enquanto a Família Real tomava as refeições na Sala de Jantar ao lado.

Corredores da Copa e do Afia-Facas
Nos Corredores da Copa e do Afia-Facas vêm-se utensílios de apoio à cozinha do século XIX, a saber uma máquina em ferro fundido para afiar e limpar facas, de fabrico inglês, uma fonte/lavabo em faiança portuguesa e um balde de gelo em prata martelada.
Ali há também um armário-louceiro que contém serviços de copos de vidro e de cristal, de porcelana francesa e de faiança portuguesa.

=> Agora vai visitar um pouco do Convento.
Salão Grande dos Frades
No Salão Grande dos Frades encontram-se quer mobiliário do século XVIII, quer objetos utilizados no Convento.

Com destaque para uma grande mesa oval com bancos de madeira.
Celas Fradescas
Nestas Celas Fradescas pode ver mobiliário do século XVIII recriando as celas dos frades do Convento.

Sabia que…?
O Palácio de Mafra teve um dos primeiros elevadores de Portugal. Foi mandado colocar pela Rainha D. Maria no final do século XIX e era manobrado por 4 homens, chamavam-no de “vaivém” ou “caranguejola”.
=> Chega entretanto à Biblioteca, que é um dos maiores tesouros de Mafra! Apenas podemos visitar a entrada da Biblioteca, que se encontra aberta sobretudo para investigadores, sob marcação prévia.
2) Biblioteca
A Biblioteca (ou Casa da Livraria) é certamente uma das mais importantes bibliotecas da Europa do século XVII, com um fabuloso espólio de cerca de 36.000 volumes. Aliás, boa parte deles são encadernados a couro e gravados a ouro.
Em formato de cruz, a Biblioteca tem 90 metros de comprimento por 13 metros de altura. O pavimento está trabalhado em pedra de lioz de várias cores (rosa, cinzento e branco) e as estantes são de madeira em estilo rococó.

A Biblioteca é sobretudo um repositório de saberes do mundo ocidental do século XV ao XIX, por incorporar obras primas de grande interesse científico e religioso.
Contém igualmente os “livros proibidos” pela Inquisição, autorizados que aqui ficassem por Bula Papal, a qual proibiu o desvio e o empréstimo das obras imprensas ou manuscritas existentes na Biblioteca sem a autorização do Rei.
Esta Biblioteca reune um conjunto de livros preciosos e raros, por exemplo uma coleção de incunábulos (primeiros livros impressos com tipos móveis), a Planta de Paris em detalhe de 1734 e a 1ª edição das Comédias de Gil Vicente, de 1561 (onde estão assinalados os cortes da censura).
Ali existem também diversas Bíblias, a primeira Enciclopédia (de Diderot et D’Alembert) e um importante núcleo de partituras musicais escritas para os órgãos da Basílica.
Sabia que …?
Na Biblioteca existem morcegos a voar livremente, que servem para comer os insetos evitando que estes devorem os livros.
=> Em seguida tem de regressar ao local por onde entrou no Piso Nobre, percorrendo toda a Galeria Principal. Depois desça ao 1º Piso para visitar mais do Convento. Além disso, certos espaços do Convento só podem ser visitáveis por marcação prévia.
3) Convento de mafra
Situado na zona traseira do complexo, o Convento foi edificado para uso de frades da Ordem de São Francisco da Província da Arrábida, tendo sido utilizado por um período no século XVIII pelos frades Agostinhos.
Após a extinção das ordens religiosas em Portugal em 1834, o espaço passou entretanto a ser usado por unidades militares, ocupando hoje parte do edifício.
O Convento tinha um pequeno hospital, que em alguns aspetos foi pioneiro na assistência hospitalar em Portugal.
Assim, este tinha uma área de triagem, blocos operatórios e estava aberto a outras pessoas que não só frades.
Ademais, possuía 3 “Casas da Enfermaria”: a Enfermaria dos Doentes Graves, a Enfermaria dos Convalescentes e a Enfermaria dos Noviços.

Os claustros continham vegetação, lagos e chafarizes e serviam de lugar de reflexão.
Junto ao edifício existia a Cerca (hoje Jardim do Cerco) com uma grande horta e pomares a fim de abastecer o Convento e 7 campos de jogos para o lazer dos frades (4 de jogos de bola, 2 de laranjinha e 1 de aro).
=> Atravesse o Núcleo de Arte Sacra e chega às Celas dos Enfermeiros.
Celas dos Enfermeiros
Aqui podes igualmente ver as celas que eram usadas pelos frades-enfermeiros que cuidavam dos doentes na Enfermaria.
Cozinha da Enfermaria
Na Cozinha da Enfermaria destaca-se a chaminé do fogão e a mesa de pedra, rodeados ora por tachos e panelas, ora por outros utensílios de cozinha em cobre e latão.
Esta cozinha servia para preparar as refeições (incluindo dietas) para os doentes e para os enfermeiros.
Aqui eram confeccionados os produtos produzidos no Convento (como frangos, galinhas, vegetais e frutas), bem como os produtos vindos do exterior (como bacalhau, peixe fresco, leite, chocolate, vinho, cerveja preta e açúcar).

=> Siga para a Botica.
Botica
Na Botica (ou Farmácia) não só se preparavam, como também se armazenavam medicamentos para as Enfermarias, funcionando como laboratório farmacêutico.
Sob o comando do frade-boticário, eram utilizadas quer plantas, ervas e raízes, quer resina, mel, cera e outros produtos colhidos na horta do Convento e na Tapada.
Aqui pode ver os instrumentos e utensílios dos séculos XVIII e XIX usados para esse efeito, como louças, frascos e almofarizes.

Enfermaria dos Doentes Graves
Esta enfermaria destinava-se aos doentes graves e é a única enfermaria do século XVIII ainda existente.
É um exemplo de boa prática em cuidar dos doentes, pois tinha espaços funcionais, condições de higiene, alimentação apropriada, material médico moderno, frades-enfermeiros e usufruía da assistência diária de um médico externo.
A Enfermaria dos Doentes Graves tinha 16 câmaras forradas a azulejos brancos (por questões de higiene).
Cada câmara possuia uma cama de madeira (com colchão de palha, almofada de aparas de cortiça, lençóis e cobertor de papa), uma pequena mesa (com talher e guardanapo), um cabide, um bacio e um banco para visitas.
Ali existia um prego onde o médico pendurava a receita, de forma a que cada enfermeiro pudesse seguir as instruções de tratamento do doente. As camas estavam viradas para o altar, a fim de os doentes poderem assistir aos ofícios religiosos.

=> Em seguida vamos visitar a Basilica. Para o efeito tem de sair para o exterior do edifício, regressando por onde entraste no Piso 1 e descer ao Piso 0, junto da Bilheteira, depois sai para a rua.
=> Suba a grande escadaria em frente da fachada principal para visitares a Basílica e chega à Galilé na entrada.
4) Basílica de mafra
A Basilica está localizada na área central do edifício e encontra-se ladeada por duas torres sineiras.
Com efeito, foi edificada em estilo barroco italiano, em forma de cruz latina, com 59 metros de comprimento e 43 metros de largura (na nave), com pedra de lioz da região.

Galilé / Esculturas
A Galilé reune boa parte das 58 belas estátuas de mármore de Carrara existentes na Basílica. Estas estátuas são da autoria dos melhores artistas italianos da época, a saber Carlo Monaldi, Giuseppe Lironi, Giovanni Battista Miani, Fillipo della Valle e Pietro Bracci.

Como resultado, tais obras constituem a mais importante coleção de escultura barroca existente fora de Itália. Previamente foram enviados pequenos modelos das estátuas feitos em terracota para aprovação do Rei, que ainda os podes ver no Palácio.
=> Entre para o interior da Basílica, onde se destacam o Zimbório e os Órgãos de tubos.
Zimbório
O Zimbório consiste na cúpula no teto central da Basilica com 13 metros de diâmetro localizada a 65 metros de altura.
Foi a primeira cúpula construída “à romana” em Portugal e é uma das maiores existente no mundo.

Órgãos
Os 6 Órgãos de Tubos foram projetados para serem tocados ao mesmo tempo, imagine o som dali resultante …
De fato, é a única basílica no mundo com este equipamento sonoro.
Os Órgãos da Basilica foram construídos em bronze e madeira de pau-santo, em Lisboa, pelos dois mais importantes organeiros portugueses, Joaquim António Peres Fontanes e António Xavier Machado e Cerveira.

=> No exterior, a ladear a Basílica, situam-se as duas torres Sineiras, que contêm os Carrilhões.
Torres Sineiras
As duas torres sineiras destacam-se inegavelmente na fachada do edifício. As torres têm 70 metros de altura e contêm mais de uma centena de sinos que integram os dois carrilhões.
A torre norte tem 53 sinos e a torre sul 49 sinos, num total de 45.000 kg de metal (bronze). O sino mais pesado, o das horas, pesa 12.000 Kg (e o respetivo martelo 300 kg) e os sinos mais leves, os de alto timbre, pesam 2,7 Kg.

5) Carrilhões
Os dois carrilhões existentes nas torres sineiras da Basilica integram 106 sinos afinados musicalmente.
Os sinos foram fundidos em Liege e na Antuérpia em 1730 e desse modo constituem o maior conjunto de carrilhões do século XVIII existente no mundo.
Tratam-se de carrilhões de concerto (com uma amplitude de 4 oitavas), que funcionam através de um sistema de rodas e engenhos.
Os carrilhões podem ser tocados: ou manualmente, através de um teclado especial (tocado por um carrilhanista com as mãos e os pés), ou mecanicamente através de 2 cilindros de bronze rotativos com cavilhas e alavancas.

Sabia que …?
Conta-se, que quando o Rei D. João V encomendou um carrilhão para a Basílica, ao ser-lhe pedida pelo construtor uma quantia enorme, o Rei encomendou outro, dizendo “Visto ser tão barato, quero dois, em vez de um”.
História do Palácio de Mafra
Conhecer um pouco da história dos monumentos enriquece-nos sempre mais e a história do Palácio Nacional de Mafra decerto mereceu a nossa melhor atenção.
O Real Convento de Mafra (como assim se chamou inicialmente) foi mandado construir em 1717 pelo Rei D. João V, em cumprimento de um voto pessoal feito por escrito em 1711, mas onde este não refere a razão.
O Rei pensou primeiramente em construir um pequeno convento para 13 frades franciscanos, depois para alojar 40 frades, a seguir 80 e terminaria em 300.
Mais pensou juntar uma grande igreja, que veio a ser uma Basílica, a que em seguida acrescentou um Palácio Real.

Dessa forma, tornou-se este conjunto arquitetónico a maior construção barroca em Portugal!
Outros detalhes da história do Palácio de mafra
O conjunto arquitetónico teve como responsável pela direção da obra Johann Friedrich Ludwig de origem alemã, todavia com formação em arquitetura em Itália.
O edifício encontrava-se ricamente adornado com tapeçarias flamengas, tapetes orientais, rico mobiliário e pinturas murais em várias salas.
No entanto, parte do recheio foi levado pela Família Real para o Brasil no final de 1807, antes da chegada dos exércitos Napoleónicos a Lisboa. Contudo, este recheio não regressou a Portugal, aquando do retorno da Família Real em 1821.
O Palácio foi ocupado pelas tropas francesas a partir de dezembro de 1807 e uns meses depois pelas tropas inglesas, que aqui ficaram até março de 1828.
Foi no Palácio de Mafra que o último rei de Portugal, D. Manuel II, passou a última noite antes da partida para o exílio em 5/10/1910 (dia da proclamação da República).
Nesse dia, o Rei partiu de barco, junto com a mãe e a avó, da Ericeira para Gibraltar e depois para Inglaterra, onde casou 3 anos mais tarde e não deixou descendência.
Sabia que …?
Conta-se que o Rei D. João V não tinha filhos e foi-lhe dito que se construísse em Mafra um convento, a rainha D. Maria Ana de Áustria teria um filho!
Mas tal não pode ser verdade porque quando o Rei fez o voto em 1711, eles já tinham uma filha (Princesa Maria Bárbara, futura rainha de Espanha).
Eventualmente, o voto feito pelo Rei deverá ter sido para terem um filho homem, o que veio a ocorrer com o nascimento de D. José I em 1714.
Construção do Palacio Nacional de Mafra
A construção do Palácio Nacional de Mafra tem imensos pormenores interessantes que passamos a partilhar.
Aliás, no livro “O Memorial do Convento”, o escritor português José Saramago, prémio Nobel da Literatura, fala sobre as dificuldades da construção do edifício.
O Palácio Nacional de Mafra ocupa cerca de 4 hectares, tem 1.200 divisões, 4.700 portas e janelas, 156 escadarias e 29 pátios e saguões.
A fachada principal tem uma extensão de 232 metros, a fachada norte 209 metros e a fachada sul 171 metros de comprimento.

A pedra lioz utilizada na construção foi extraída de Sintra, Pero Pinheiro e Cascais, de várias cores, a saber amarelo de Negrais, vermelho, azul e preto.
Ademais, nas obras colaboraram milhares de trabalhadores vindos de todo o Reino, chegando a trabalhar 50.000 operários no mesmo ano.
Entretanto, foram inventadas máquinas e guindastes específicos para a obra, de onde eram içadas enormes pedras com a ajuda de até 50 juntas de bois, num enorme estaleiro instalado em Mafra.
Por fim, as obras começaram em 1717 e em 22/10/1730 (dia de aniversario do Rei) procedeu-se à sagração da Basílica, quando aquelas ainda não estavam concluídas.
escolha dos melhores mestres da altura:
- A direção da obra ficou a cargo de Johann Friedrich Ludwig (em português, João Frederico Ludovice), que era ourives e engenheiro militar de origem na Alemanha, mas com formação em arquitetura em Itália, que adotou um estilo barroco clássico inspirado na Roma Papal. Mais tarde, foi substituído pelo seu filho;
- A coleção de pintura inclui obras dos mestres estrangeiros, a saber, Francesco Trevisani, Masucci, Conca e Quillard e dos portugueses André Gonçalves, Vieira Lusitano e Oliveira Bernardes, que foram bolseiros do Rei em Roma.
- A estatuária inclui a mais significativa coleção de escultura barroca italiana existente fora de Itália, onde se destacam por exemplo as obras dos artistas Pietro Bracci, Carlo Monaldi e Filippo de la Valle. Com efeito, estas obras serviram como modelo para a formação dos artistas portugueses, como o famoso escultor Machado de Castro;
- As pinturas murais e nos tetos das salas contaram com a participação de artistas famosos como por exemplo Domingos Sequeira, Bernardo de Oliveira Góis e Cyrillo Volkmar Machado;
- Os carrilhões tiveram os contributos de Levache e Witlockx;
- Os órgãos da Basílica foram obra de Peres Fontanes e Machado Cerveira;
- Além de muitos outros, como engenheiros, arquitetos, entalhadores de pedra, marceneiros, vidraceiros, operários, serventes, etc.
Sabia que …?
A experiência construtiva no Palácio de Mafra (enormidade da obra e a adoção de novos processos) foi sem dúvida muito útil para a reconstrução de Lisboa após o terramoto de 1755.
Bilhetes e Preços – Palácio Nacional de Mafra
Para mais informações sobre as visitas ao Palácio Nacional de Mafra, os horários e o preço dos bilhetes, indicamos o site oficial.
Local: Terreiro D. João V – Mafra – Lisboa
Mais informações: www.palaciomafra.gov.pt
Como Chegar a Mafra
Mafra onde fica
A partir de Lisboa, Mafra fica a 25 km a norte, ou seja, se estiveres na Capital muito rapidamente consegues visitar esta vila e o seu magnífico Palácio. Consulte abaixo as dicas de como se pode deslocar de Lisboa a Mafra.
Mafra fica próximo do litoral, a 10 km das praias da Ericeira, sendo esta última famosa devido ao surf.
Caso estejas em Sintra ou Cascais / Estoril, Mafra fica a 25 e 35 km, respetivamente.
De Óbidos a Mafra são 70 km.
DE carro para MAFRA
A partir de Lisboa: Calçada de Carriche => A8 (Leiria/Loures) => Saída 5 => A21 (Ericeira/Mafra/Malveira) => Saída 3 (Mafra-Este/Sintra) => N116 (36 Km, 0h30)
AUTOCARROs MAFRA
A partir de Lisboa: Estação do Campo Grande => Paragem Mafra (Convento) (0h50, operador Mafrense: Horários)
COMBOIO MAFRA
A partir de Lisboa: Estação do Rossio => Estação de Mafra (1h00, operador CP: Horários)
O Que Fazer em Mafra
Visitar o Jardim do Cerco
O Jardim do Cerco é sobretudo um amplo espaço de 8 hectares, contíguo ao Palácio Nacional de Mafra, que começou por ser a Cerca do Convento, com horta, pomar, tanques de água e campos de jogos para os frades.
Posteriormente, o Rei D. João V mandou plantar inúmeras árvores.
Neste local encontra um bonito jardim barroco, disposto em socalcos com canteiros de flores geometricamente desenhados, bem como um pequeno horto com canteiros de ervas aromáticas.
No seu conjunto vêem-se plantas de várias cores e de grande beleza, que emanam aromas agradáveis.
Se gosta de natureza, o Jardim do Cerco é inegavelmente o local ideal para visitares! Vê aqui dicas para o visitar: Jardim do Cerco, Mafra: Local agradável ao ar livre!

Local: Largo General Humberto Delgado (Junto ao Palácio Nacional de Mafra)
Visitar a Tapada Nacional de Mafra
A Tapada Nacional de Mafra foi criada por D. João V, no século XVIII, com o intuito de servir as necessidades do Convento e do Palácio Nacional de Mafra próximos e para servir como parque de lazer e zona de caça da Família Real, num total de 1.200 hectares.
Na Tapada pode apreciar principalmente a tranquilidade da natureza e ver os animais a viver ao ar livre. Crianças e adultos podem explorá-la a pé, através de percursos pedestres, de bicicleta ou de mini-comboio, com ou sem a ajuda de um guia local.
Pods igualmente fazer passeios noturnos.
Com efeito, a Tapada Nacional de Mafra é um bom local para passear com a família perto de Lisboa e tirar excelentes fotografias!

Local: Codeçal, a 8 km de Mafra
Visitar a Aldeia-Museu de José Franco
Na aldeia do Sobreiro (entre Mafra e Ericeira), José Franco, um dos mais famosos ceramistas portugueses, nascido em 1920, construiu uma mini-aldeia típica com muito para ver.
Decerto, inspirado nas suas visitas ao Palácio Nacional de Mafra, o mestre José Franco ganhou o gosto por moldar figuras de barro únicas, com pormenores festivos e rurais.
De forma gratuita, pode percorrer a pequenina aldeia-museu, por entre casinhas e espaços “labirínticos”, que retratam quer profissões, quer objetos e vivência nas aldeias portuguesas do antigamente.
Além disso, há sempre pão com (ou sem) chouriço e filhoses quentinhas acabadas de fazer!

Local: Sobreiro, a 13 km de Mafra
VisitaR a Ericeira
A Ericeira é um excelente local quer para passear junto ao mar, quer apreciar os barcos dos pescadores ou circular pelas estreitas ruas da vila.
Em seguida pode também visitar o Centro de Interpretação Reserva Mundial de Surf, junto ao Posto de Turismo.

Local: Ericeira, a 24 km de Mafra
Alojamento na Região de Lisboa
Na Região de Lisboa tem boas opções de alojamento e para todos os gostos. Pesquise aqui os melhores locais aos melhores preços.
A vila da Ericeira bem perto também tem uma extensa oferta hoteleira. Veja aqui a melhor opção para si.
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